"Enquanto símbolo do qual uma sociedade faz uso para falar de suas fantasias, o corpo não é feito apenas de carne, de natureza, mas também é moldado pela palavra, pela cultura. É por isso que A Instrumentalização do Corpo, iniciando sua incursão nessa temática a partir da Renascença, investiga os modos através dos quais o verbo científico e as técnicas a ele associadas – isto é, os discursos, no sentido foucaultiano do termo – contribuíram para a mutação gradual das representações do corpo e p ara a transformação deste em um instrumento racional. Inicialmente, num primeiro estrato, através da anatomia e da ginástica, o corpo deixará de ser feito pela mão divina ou da natureza, passando à condição de corpo "artesanal", obra da mão humana. Em seguida, uma segunda camada do discurso irá modificar a epistémê, formalizando um corpo mecânico, manufaturado e simultaneamente produtor. Um terceiro estrato engendra o corpo maquínico, através dos discursos de Sadi Carnot, reinterpretados por Gustave-Adolph Hirn, que extrai todas as consequências filosóficas e práticas da teoria da termodinâmica e viabiliza a inauguração das ginásticas energéticas e dos esportes tradicionais. Uma quarta camada discursiva se origina das teorias da informação e fabrica, ao mesmo tempo, um corpo semiótico e as práticas esportivas coletivas, nas quais a informação domina. Enfim, o posfácio brasileiro da obra, vinte anos após a sua primeira publicação, mostra como, em contraposição às teorizações atuais.
Característica do Livro:
Título: A Instrumentalização do Corpo
Autor: Jacques Gleyse
Editora: Liber Ars
Capa comum: 348 páginas
ISBN: 9788594591203
Dimensões: 16x23 cm
Ano: 1969